Alguns materiais sussurram. Outros gritam. Alguns oferecem calor; outros, um toque frio. Mas a verdadeira magia acontece quando duas vozes contrastantes, como o veludo e o aço, a madeira e a pedra ou o bouclé e o couro, se encontram lado a lado em harmonia.
No design de interiores, não estamos apenas a criar composições visuais. Estamos a criar paisagens táteis. E, muitas vezes, são as combinações inesperadas de materiais que contam as histórias mais memoráveis. Aquele momento em que o seu cliente passa a mão ao longo de uma peça e diz: “Espera – o que é isto?” Esse é o poder de um contraste bem pensado!
Continue a ler e descubra combinações de materiais que o fazem olhar (e tocar) duas vezes!
Começa com uma caixa de amostras
Sejamos honestos: todos temos a nossa parte favorita do processo e, para muitos de nós, é o momento da caixa de amostras. Amostras de tecido, acabamentos metálicos, folheados de madeira… é como um parque de diversões sensorial. Mas é também onde a intuição entra em ação.
Pode não estar à espera de que uma pele matte combine lindamente com um aço escovado de alto brilho, mas quando os coloca lado a lado, há um clique. É uma dança de tensão e equilíbrio – demasiado contraste parece caótico; demasiado pouco, e fica sem efeito.
A tatilidade como ferramenta de design
Há uma razão para que os projetos de hotelaria e residenciais se inclinem cada vez mais para o design sensorial. Os clientes não querem apenas espaços bonitos; querem espaços que sejam agradáveis. Pense na resiliência suave do veludo ao lado da honestidade fria do mármore. Ou a borda crua do metal polido temperada pela textura convidativa da lã.
Estas não são apenas escolhas estéticas. São sugestões emocionais.
Uma cama com uma cabeceira estofada, acompanhada por mesas de cabeceira de madeira rígida, dá-lhe conforto e estrutura. Uma banqueta de pele macia assente numa base de madeira fina e angular diz “lounge-worthy”, mas com confiança arquitetónica. O objetivo é dar aos olhos algo para explorar e à mão algo para descobrir!
Harmonia através do contraste
Há uma ideia errada de que os materiais têm de combinar para estarem juntos. Na verdade, o contraste cria curiosidade. A chave é encontrar um elemento unificador – talvez seja o tom, a textura ou o acabamento. Uma nogueira de tom frio e uma pele bege podem falar a mesma linguagem de cores. Um bouclé rústico e um aço texturizado podem ser considerados “suaves e modernos” no cenário certo.
Os designers que dominam esta linguagem de interação de materiais não constroem apenas divisões, constroem atmosferas.
Como jogar com combinações de materiais
- Exponha tudo: utilize a caixa de amostras como um laboratório de design. Não se limite a combinar por cores – explore por textura, peso e brilho.
- Confie na tensão: aquele ligeiro desconforto que sente ao combinar opostos? É muitas vezes o ponto ideal. Deixe-a apurar.
- Desenhe para a mão, não apenas para o olho: considere a forma como o utilizador irá interagir com cada material. Onde é que ele se vai sentar, apoiar ou passar a mão?
- Considere a luz: alguns materiais refletem a luz (metal, vidro), outros absorvem-na (têxteis matte, madeira). A combinação de ambos acrescenta dimensão.
- Mantenha algo de base: quando misturar materiais, ancore o design com pelo menos um acabamento neutro ou familiar. Isso dá espaço para o contraste brilhar.
Da próxima vez que estiver a especificar uma peça personalizada ou a selecionar a paleta de uma divisão, pergunte a si próprio: Que história é que estes materiais estão a contar em conjunto? Apoiam-se uns aos outros? Desafiam-se mutuamente? Convidam à interação?
Porque quando os materiais estão a conversar, o design torna-se experimental. E é isso que transforma um bom projeto num grande projeto!
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